sábado, 16 de janeiro de 2010

whatsernameXXI

Um dia desses estava distraída sentada em uma cafeteria
tinha pedido torradas e suco de frutas, e enquanto esperava o meu pedido
me peguei observando o local e as pessoas que ali se encontravam
vi um casal, que eu conhecia desde o ensino fundamental
que pareciam ainda não ter enjoado de se amar,
trocavam carícias e não se desviavam o olhar
comecei então a me perguntar..
Será que um dia posso ocupar aquele lugar?

Mas hoje não vou falar de amor
mas sobre uma outra dor...

Até então senti uma pequena mão me tocar...
fiquei um pouco aliviada, pois queria daqueles pensamentos me livrar.
Virei para trás e então uma vozinha começou a falar:
"Tia, não tens uma moedinha para me dar?".
Naquele momento senti meu coração apertar
Pude enxergar a inocência em seu olhar,
olhei aflita para meu pai
e o mesmo disse que um lanche poderia lhe pagar.

Enquanto aquele menino brincava com as moedas que conseguira,
fiquei atenta aos seus movimentos, pareciam melancólicos
de uma criança sem nenhum vestígio de infância...
tive vontade de abraça-lo e de rouba-lo para mim.
Foi então que ele se dirigiu para mim mostrando suas mãozinhas machucadas,
e contando-me como cada cicatriz foi causada...
A maioria aconteceu na escola, e enquanto ele desabafava
e dizia tudo aquilo que necessitava
eu acaraciava sua mãozinhas carinhosamente.

Ao comer seu lanchinho, dava para sentir sua vontade,
despensava a vaidadade,
saciava sua fome e apreciava cada pedaço.
Agradeceu
e saiu satisfeito, descarregado
enfrentar outros longos dias sobrecarregados.

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